13 de março de 2011

Sempre que a noite se apresenta em suas altas horas, eu, de pronto, faço-lhe reverência, aninho-me em sua presença e persisto em minha relutância de não entregar-me ao sono, abandonando o silêncio barulhento da madrugada, onde ao longe se destacam, líricos e lúdicos o apito do trem, o cachorro que late, o choro da criança, o motor do carro que passa...
O mundo se aquieta. A balbúrdia diária tem seu fim. Ausência de sons de gente estúpida desembocando em silêncio e o alívio da paz noturna.
Hora exata de ser feliz!
Nessa quietude, a alma sorrateira, finalmente sai de seu esconderijo e se mostra plena.
Ela canta e sorri!
E a noite acontecendo....
É na poderosa madrugada que o mistério do mundo se apresenta lânguido e inocente aos que em vigília permanecem...
E é aí, no silêncio sagrado das mais profundas horas da noite que me alojo e permaneço numa paz budista.
Desse encontro diário só me retiro arrastada pelo sono, esse invejoso que invariavelmente invade os aposentos e me entrega aos braços de Morfeu, filho de Hipnos, irmão de Tânatos, proclamando abertamente sua vitória noturna sobre a magia de estar mergulhada na noite que tanto diz....

Um comentário:

Lisete de Silvio disse...

Boas imagens.
Beijo
PS: sobretudo qdo se cala a voz da mediocridade....rsss