26 de outubro de 2007

Heraclitiana

Não gosto do absolutamente limpo
E também do absolutamente terminado
Desconheço o porquê
Mas sempre deixo algo por fazer
Um banho sem tomar
A cama desarrumada
A barra da calça um pouco rasgada...
Um último copo a ser lavado
Sempre algo inacabado...
A impermanência das coisas
Auxilia na resolução da questão
Já que nada irá durar
Já que nada irá permanecer
Qual a necessidade de finalizar o que está em eterna transformação?
Através desse eterno vir-a-ser
Aceito minha limitação
Já basta a perfeição do universo!

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